Condomínios e negócios: CEO da TX faz balanço 2023

O ano de 2023 foi marcado por desafios no setor logístico tanto no âmbito nacional quanto no estadual. Estimativas de expansão no país não se confirmaram, as vendas da linha branca ficaram comprometidas em virtude da falta de matéria-prima, e as incertezas sobre os impactos da reforma tributária seguem em compasso de indefinições.

 Em compensação, para 2024, a previsão é que a demanda reprimida de novas áreas seja absorvida, com a construção de 1 milhão de metros quadrados de armazéns no Espírito Santo.

 Para  a TX Negócios em especial, foi um ano de estabilidade e de novidades: o início das obras do condomínio Areia Branca, a criação da TX Rental e a consolidação de uma parceria da empresa para a construção de um condomínio logístico com 62 mil metros quadrados na Bahia. 

Todos esses apontamentos e observações foram feitos pelo CEO da TX, Sandro Viturini, ao fazer um balanço sobre o ano de 2023 e traçar as expectativas para 2024. Confira nesta entrevista com o gestor os principais pontos abordados.  “A TX vem se preparando há mais de três anos para esse momento de crescimento previsto para 2024.”

2023, o ano de pé no freio do setor

“A estimativa era que, em 2023, as construções na área logística continuassem a todo vapor, mas os investidores capixabas praticamente só finalizaram o que haviam iniciado e não ergueram novos empreendimentos.

Os condomínios mais representativos foram o da Tims (Terminal Industrial Multimodal da Serra), o Centro Logístico da Grande Vitória (CLGV) e o do grupo Fortlev.  Pouquíssimos empreendimentos foram iniciados em 2023. A gente teve no mercado a Apex Partners fazendo um empreendimento, iniciando no ramo de empreendimento logístico.

Foi um ano de poucas construções. Era previsto quase 1 milhão de metros quadrados de armazém. Foram construídos apenas 200 mil metros quadrados.”

 2024, um ano de pé no acelerador

“A previsão é que 2024 seja um ano muito bom, com a volta dos investidores no ramo de logística. Eles já começaram a sinalizar esse retorno.

Aquele patamar de 1 milhão de metros quadrados, que ficou reprimido, devemos alcançar algo próximo a ele em 2024. Há perspectiva de novas empresas chegarem ao Espírito Santo no ramo de offshore, em virtude do leilão das áreas de petróleo. Várias empresas já estão se instalando no ES.

Presidente Kennedy, no Sul do Estado, está dando um importante passo. Haverá várias surpresas lá no município.

A Vale também segue em destaque, com a nova fábrica de briquete, que impulsiona também alguns minérios e produtos. Só tem notícia boa.”

Por terra e por mar, o negócio avança

“O Espírito Santo está no caminho certo. Precisamos agora, neste resto de período do benefício fiscal, criar no mínimo dois portos de água profunda particulares, que é o da Imetame e o Porto Central de Kennedy. Eles vão atrair muitas importações. Também precisamos criar a estrutura de duplicação das rodovias.

Fazendo isso, o Espírito Santo vai caminhar sozinho, porque está numa posição geográfica muito interessante na Federação. É um Estado classe A, que conta também com o benefício da Sudene.

Em 2024, inicia-se uma nova etapa de crescimento para o Espírito Santo, Estado que já cresce fora da curva, e para o Brasil.”

Linha amarela é promissora

“No contexto estadual, o Espírito Santo está em outro rumo, numa evolução muito grande em todos os setores, na logística e na indústria.

As atividades de exportação e importação avançaram muito. Cerca de 95% dos carros que são importados para o Brasil chegam pelo Espírito Santo. Há uma movimentação muito grande de empresas trazendo esses veículos elétricos.

Destaque também para a linha amarela, que é a linha de máquinas, que evoluiu bastante. Tem muita coisa chegando e muita coisa para vir em 2024. Será um ano de muita importação na linha de máquinas e de veículos.

Temos aí uma potencialidade na área naval, com a Jurong, praticamente o único estaleiro do Brasil. Com o aumento da produção, a empresa já dobrou o número de funcionários.

Temos várias plataformas chegando ao Brasil. Há um percentual de equipamentos nacionais que vão ser colocados aqui pela Jurong. Há outras indústrias em Aracruz que vêm se expandindo. O porto de Imetame vai ficar pronto em 2025, estima-se.

 Então, já tem muita movimentação. O Porto Central, em Presidente Kennedy, já tem licenças liberadas. Em síntese, a parte de offshore no Espírito Santo está muito em alta, assim como gás, petróleo e minério.”

TX está no embalo

“A TX vem se preparando há mais de três anos para esse momento de crescimento. Para nós, o ano foi de estabilidade. Não tivemos queda, continuamos fazendo os investimentos, desenvolvendo projetos.

Acabamos de iniciar as obras do Areia Branca, que é um condomínio com 170 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL). Devemos entregar a primeira fase em janeiro de 2025.

Criamos neste ano na TX Rental, uma empresa voltada para a locação de equipamentos de elevação, tesouras, plataformas elevatórias e empilhadeiras sustentáveis, todas com bateria de lítio, todas elétricas, trazendo uma sociedade para as empresas. No final da tarde, o ESG [sigla para Ambiental, Social e Governança) agradece essa situação.

Para 2024, tem muitas surpresas para chegar, surpresas tecnológicas e logísticas, equipamentos novos tanto para os armazéns quanto para locação.

Uma outra informação importante. A TX inicia, em parceria com outras empresas, um projeto no município baiano de Simões Filho (cidade perto de Salvador). Vamos construir um condomínio lá com 62 mil metros quadrados de ABL. No início de 2024, vamos colocar essas áreas à disposição dos clientes. Assim como o cronograma de Areia Branca, iniciaremos lá a comercialização para as locações.”

Armazéns em construção no setor

Acredito que, na Grande Vitória, esteja já aprovada a construção de em torno de 600 mil metros quadrados de áreas de armazéns. No Estado inteiro, é algo em torno de 800 mil metros quadrados.  Parabenizo como municípios de destaque, nesta frente, Viana, Cariacica, Serra Aracruz e Linhares.

A TX tem perto de 200 mil metros quadrados sendo construídos. É uma disponibilidade que estava dentro do previsto.

Nós, e todo mundo, aguardamos  a implementação da reforma tributária para entender um pouco mais sobre como ela vai impactar os negócios, mas ainda não há informações muito precisas. Acreditamos que o impacto maior será para o consumidor final, a população.

Ainda sobre a reforma tributária, avalio que o Brasil é um país que desenrola fácil e vai tirar isso de letra.

Ainda sobre 2023: vendas da linha branca ficaram em baixa

“Os números em vendas ficaram bem tímidos. No último semestre, a falta de matéria-prima comprometeu a fabricação da linha branca (TV, geladeira…) em Manaus, um problema pontual. E os e-commerces não reduziram o preço. As vendas de eletro caíram em relação à Black Friday do ano passado.

Em compensação, itens de beleza e vestuário tiveram um aumento expressivo de mais de 15% nas vendas para este ano, chegando até a mais de 20%.”

Sustentável no presente e no futuro

A questão da sustentabilidade vem sendo trabalhada fortemente pelo setor logístico. No que toca aos equipamentos de elevação, trocamos máquinas movidas a GLP (gás de combustão) por elétricos. Já há caminhões elétricos rodando nas estradas brasileiras e com outros combustíveis que não emitem CO2.

Há também as ações de logística reversa para que embalagens de alguns produtos não sejam descartadas na natureza. É um setor que há bastante tempo já vem fazendo o dever de casa e agora também tem entrado na compra de créditos de carbono para fazer a compensação do carbono emitido.

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